Notebook

Diário de Bordo

"Culture is not built from above. It rises when we invest in people"

"Culture is not built from above. It rises when we invest in people"

Behind every concert, every prize, and every round of applause lies a journey. In this space, I share the moments that have shaped me—not only as a pianist, conductor, and educator, but as a human being in constant evolution. Here you’ll find stories from behind the scenes: international competitions, life-changing encounters, quiet failures, difficult choices, and the turning points that redirected my path.

 

I write about returning to Bahia to found NEOJIBA, about the emotion of meeting icons, and about all the things that can’t be taught in a score. This is not a linear autobiography—it’s a collection of fragments. Sometimes messy, sometimes luminous, always honest. I write especially for young musicians, for those who live music as a calling, and for curious minds wondering what lies beyond the curtain. If these stories can resonate, inspire, or simply keep someone company, then they’ve fulfilled their purpose.

 

I hope you enjoy reading, and that you’ll return soon for more stories.

Diário de Bordo

 

Neste espaço, compartilho os momentos que me moldaram — não apenas como pianista, maestro e educador, mas como ser humano em constante evolução. Aqui você encontrará histórias dos bastidores: competições internacionais, encontros transformadores, fracassos silenciosos, escolhas difíceis e os momentos decisivos que mudaram o rumo da minha trajetória.

 

Escrevo sobre o retorno à Bahia para fundar o NEOJIBA, sobre a emoção de conhecer ícones, e sobre tudo aquilo que não se aprende em uma partitura. Este não é um relato autobiográfico linear — é uma coleção de fragmentos. Às vezes desordenados, às vezes iluminados, sempre verdadeiros. Escrevo especialmente para os jovens músicos, para quem vive a música como um chamado, e para os curiosos que se perguntam o que existe além da cortina. Se essas histórias puderem ecoar, inspirar ou simplesmente fazer companhia a alguém, terão cumprido o seu propósito.

 

Espero que aproveite a leitura e volte em breve para ler outras histórias.

Internacional Piano Competitions

Concursos Internacionais de Piano

[object Object]

Ricardo Castro, Thomas Duis and Bernd Glemser at the prizewinner party in Munich


1. ARD International Piano Competition – Germany

The first round that sent me to the final

 

2. Géza Anda Competition – Switzerland

A chaotic moment that turned into a great award

 

3. Leeds International Piano Competition – United Kingdom

My second chance – and the battle of my life 

 

Why Piano Competitions Matter

 

Looking back on my own journey, I often think about how improbable it was for a young pianist from a distant corner of the musical world to step onto the world’s great stages. I had no powerful network behind me, no prestigious institution to open doors, and came from a country that, at the time, had little presence in the international classical music market. What I had was passion, discipline, and the belief that music could transcend borders.

 

For musicians like me—and for so many young artists today—international piano competitions can be more than just contests. They become lifelines. They offer a rare chance to be heard for who you are and for what you have to say through music. Competitions push you beyond your limits; they teach you how to manage pressure, how to grow from failure, and how to stand proudly in your own artistic voice.

 

When you don’t have a “lobby” or institutional support, winning or even participating in a major competition can change everything. It can lead to opportunities, to encounters, and to paths that otherwise remain closed. I know this because it happened to me. I will share here the stories of the three international competitions where I was fortunate to be recognized—each of them a stepping stone that shaped my life and career in ways I could never have predicted.

 

But let me be clear: winning—even one of the most important competitions—is not a guarantee of a great career. Success depends on many other factors: the choices you make, the persistence you maintain, the relationships you build (or don’t), and the personality you bring to both your music and your professional life. A prize can open a door, but only you can decide how far you walk through it.

 

This is not just my story. It is also a message of hope for every young musician out there, especially those starting their path from the margins: believe in your voice, work with integrity, and trust that sometimes, the right moment will find you.

Ricardo Castro, Thomas Duis e Bernd Glemser na festa dos vencedores em Munich


Concursos Internacionais de piano

 

1. Concurso Internacional da ARD – Alemanha

A prova que me lançou para a final

 

2. Concurso Géza Anda – Suíça

Um momento caótico que se transformou em uma grande recompensa

 

3. Leeds International Piano Competition – United Kingdom

Minha segunda chance – e a batalha da minha vida

 

Por que os Concursos de Piano Importam

 

Quando olho para a minha própria trajetória, muitas vezes me pergunto como foi possível que um jovem pianista, vindo de um canto tão distante do mundo da música clássica, chegasse a pisar nos grandes palcos internacionais. Eu não tinha por trás uma rede de contatos influente, nem uma instituição prestigiada para abrir portas, e vinha de um país que, na época, tinha pouca presença no mercado internacional da música clássica. O que eu tinha era paixão, disciplina e a convicção de que a música pode transcender fronteiras.

 

Para músicos como eu — e para tantos jovens artistas hoje — os concursos internacionais de piano podem ser muito mais do que simples competições. Eles se tornam verdadeiras pontes. Oferecem a rara chance de ser ouvido pelo que você é e pelo que tem a dizer através da música. Os concursos desafiam você a ir além dos seus limites; ensinam a lidar com a pressão, a crescer com os fracassos e a afirmar com orgulho a sua própria voz artística.

 

Quando você não tem uma “máquina” institucional por trás, ganhar ou simplesmente participar de um concurso de grande importância pode mudar tudo. Pode abrir portas, gerar encontros e criar caminhos que, de outra forma, permaneceriam fechados. Eu sei disso porque vivi essa experiência. Compartilharei aqui as histórias dos três concursos internacionais em que tive a sorte de ser premiado — cada um deles uma etapa decisiva que moldou minha vida e minha carreira de formas que jamais poderia ter previsto.

 

Mas é importante dizer: vencer — mesmo um dos concursos mais importantes do mundo — não garante, por si só, uma grande carreira. O sucesso depende de muitos outros fatores: das escolhas que você faz, da persistência que mantém, das relações profissionais que constrói (ou não) e da personalidade que imprime à sua música e à sua vida profissional. O prêmio pode abrir uma porta, mas apenas você decidirá o quão longe vai ao atravessá-la.

 

Esta não é apenas a minha história. É também uma mensagem de esperança para todos os jovens músicos que começam sua jornada a partir das margens: acredite na sua voz, trabalhe com integridade e confie que, às vezes, o momento certo vai encontrar você.

Docendo discimus - We learn by teaching

Docendo discimus - Aprende quem ensina

[object Object]

At NEOJIBA, we embrace Seneca the Younger’s wisdom: “One learns by teaching.” This stands in deliberate contrast to Bernard Shaw’s notion that “He who can, does; he who cannot, teaches.” For us, teaching is not a fallback, but a vital path to mastery and community building. By sharing knowledge, young musicians deepen their skills and grow as responsible leaders—an approach that defines our mission and shapes our tradition.

 

No NEOJIBA, adotamos a sabedoria de Sêneca: “Aprende quem ensina.” Essa visão contrasta diretamente com a famosa frase de Bernard Shaw: “Quem sabe, faz; quem não sabe, ensina.” Para nós, ensinar não é um recurso de quem falhou, mas um caminho essencial para o domínio artístico e para a construção de comunidades. Ao compartilhar o conhecimento, os jovens músicos aprofundam suas habilidades e se formam como líderes responsáveis — uma prática que define nossa missão e alimenta nossa tradição.

 

The Brazil That Plays Within Me

O Brasil que toca dentro de mim

[object Object]

Brazil Within

 

Brazil has never been just a place I left or returned to; it has always been part of me. It flows through my music, not as a rhythm or a style, but as a way of listening, of breathing between notes, of embracing the unexpected. Wherever my journey as a pianist and conductor has taken me, Brazil has remained: in my gestures, in my phrasing, in the silent dialogue between tradition and improvisation.

Brasil Interior

 

O Brasil nunca foi apenas um lugar de onde parti ou para onde voltei; sempre fez parte de mim. Ele atravessa minha música, não como um ritmo ou estilo, mas como uma forma de escutar, de respirar entre as notas, de acolher o inesperado. Onde quer que minha trajetória de pianista e maestro tenha me levado, o Brasil permaneceu: nos gestos, na liberdade da interpretação, no diálogo silencioso entre tradição e improvisação.